No Restaurante
A Marmita
Aplicativos

No Restaurante

A dificuldade de encontrar um restaurante especializado é, com frequência, encarada como a maior barreira à adoção do vegetarianismo por aquelas pessoas que necessitam comer fora de casa durante a semana.

É uma realidade: pode-se palmilhar bairros inteiros sem encontrar um estabelecimento vegetariano. Ainda assim, o que torna tudo aparentemente mais difícil é a nossa acomodação que muitas vezes não nos deixa lançar um olhar novo sobre as nossas necessidades e nos mantém atados ao que nos foi imposto por convicções alheias.

Se considerarmos que para termos uma refeição saudável e equilibrada necessitamos de:

  • 1 a 3 tipos escolhidos entre legumes e/ou verduras
  • 1 a 2 tipos de grãos, farinhas de cereais ou raízes, oleaginosas ou raízes feculentas
  • 1 a 2 tipos de feijões (incluso soja), sementes  em geral, lentilha, grão-de-bico, etc.

Seremos forçados a reconhecer que em qualquer restaurante por kilo podemos fazer uma boa refeição, mesmo que o cozinheiro nunca tenha chegado nem perto de um tofu ou de um pacote de PTS, não é verdade?

Certamente cabe perguntar como foram preparados os alimentos. É comum, por exemplo, que se tempere o feijão com gordura e bacon e que legumes sejam salteados com manteiga. Ainda assim, entre saladas cruas, legumes e leguminosas (ervilhas, grão-de-bico, feijão branco) apenas cozidos em água e sal, azeitonas, cogumelos… enfim, existem tantas as opções que decididamente ninguém precisa comer arroz puro!

Além de planejar as refeições que possa fazer em casa de modo a suprir inclusive suas necessidades sensoriais, também é possível incorporar algumas estratégias para melhorar os inevitáveis almoços fora de casa. Você pode levar na bolsa/mochila pequenos recipientes ou pacotinhos com:

  • temperos desidratados que aprecia, como ervas finas, orégano, etc. – podem melhorar muito o sabor da salada no seu almoço
  • gergelim  (torrado ou preto) – aumentam o valor nutricional e são visualmente atrativos quando salpicados sobre legumes crus ou cozidos
  • levedo de cerveja  e/ou gérmem de trigo – também vão enriquecer a sua refeição
  • uvas passas – mescladas a folhas verdes escuras, se possível temperadas com vinagre balsâmico, uma delícia à parte!

O mais importante, porém, é quebrar o condicionamento quase hipnótico que limita nossa percepção e atua como uma parede que nos oculta um mundo de possibilidades.

Enfim, com uma dose de boa vontade aliada ao exercício de sua criatividade, em pouco tempo você terá conquistado sua liberdade de escolha. E, aí, não haverá barreira que resista!

A Marmita

Há um bom tempo, a marmita vem ganhando um novo “status”. É cada vez maior o número de pessoas que preferem levar o almoço de casa. Já houve um tempo em que carregar uma marmita era símbolo de dificuldade financeira e/ou de baixos cargos. Hoje não mais e independentemente da opção alimentar, são muitos os que colocam a qualidade acima da comodidade.

A maioria dos locais de trabalho dispõem de uma copa com um refrigerador e um micro-ondas, fator que facilita muito para quem opta pela marmita. Mesmo as marmitas foram se adaptando e não é difícil encontrar modelos em material atóxico que podem ir ao micro-ondas e até alguns que já contam com uma base para o banho-maria e só precisam de uma tomada!

Se no seu trabalho houver o mínimo, ou seja, uma geladeira e tomadas, você pode levar o almoço de casa sem problemas. Nas nossas sugestões de cardápios há inúmeras opções possíveis para a marmita; basta preparar o jantar e montar a marmita para o dia seguinte, sem esquecer de deixá-la na parte mais fria do seu refrigerador para garantir que chegará fresca ao refrigerador do seu local de trabalho. Importante também é lembrar de preparar à parte uma salada e, claro, manter temperos – como azeite e sal, no seu local de almoço.

Mas, mesmo com todas as facilidades já comentadas, pode acontecer que a sua rotina dificulte a questão do almoço. É o caso, por exemplo, de quem estuda num período e trabalha no outro: o horário cai num vazio entre as duas atividades, o empregador não cobre as despesas do restaurante e você tem que se alimentar antes do trabalho, de preferência sem gastar muito. Nesses casos, uma marmita convencional é totalmente inviável e é bom não esquecer que o seu almoço passará a manhã inteira dentro da bolsa/mochila. Então lembre-se:

  • frutas são uma ótima opção, mas devem ser firmes (como as maçãs ou peras portuguesas) ou precisam ser embaladas em “tupperwares”. E, exceção feita às bananas, tudo já lavado, é claro!
  • frutas (maçãs, caquis, peras, ameixas, etc) lavadas, embrulhadas em papel toalha e embaladas em saco plástico são a opção mais prática: é possível comer com higiene mesmo que seja impossível lavar as mãos!
  • sempre se pode carregar um potinho com leite de soja em pó e pedir que batam com frutas numa lanchonete!
  • outra possibilidade é enriquecer um suco de frutas com gérmen de trigo.
  • ao invés de se arriscar a levar sanduíches com molhos que podem se alterar, prefira alguns pedaços de Kibe de Forno, por exemplo, ou algo semelhante.

Uma receita prática para essas ocasiões:

Torta Salgada

✎ Ingredientes:

  • farinha de trigo integral – 1 xícara de chá
  • farinha de trigo branca – 3 xícaras de chá
  • água – 3 xícaras de chá
  • cebola picada – 1 média
  • batata cozida e descascada – 1 média
  • óleo – ½ xícara de chá
  • fermento em pó – 3 colheres de sopa
  • caldo de legumes – 1 sachê ou um cubo
  • sal, ervas e pimenta a gosto

✎ Preparo:

Junte todos os ingredientes no copo do liquidificador e bata até obter uma massa lisa.

Pode-se montar a torta dividindo a massa em duas partes e colocando o recheio desejado entre elas ou mesclando o recheio na massa toda. O importante é usar o recheio já frio.

Depois de montada – em assadeira untada e enfarinhada – salpique gergelim e alecrim (ou outras ervas, se preferir) e asse em forno médio até dourar.

☀ Dicas:

Se quiser usar Caldo de legumes caseiro, lembre-se de descongelar com antecedência e ao medir a água compense o volume do caldo.

Nessa torta pode-se utilizar uma variedade enorme de recheios, como  milho verde, azeitonas, ervilhas, tomates, abobrinhas, berinjelas, etc… Um recheio de palmito e ervilhas congeladas preparado com um pouco de Molho Branco casa maravilhosamente bem com essa massa!  Já as verduras resultam muito bem para mesclar na massa toda.

Dividindo a massa em duas partes e preparando duas tortas menores com sabores diferentes é possível intercalar e consumir durante a semana toda.

Como esta, existem outras saborosas opções fáceis de preparar e carregar. Anime-se! Você vai se alimentar muito melhor e, além disso, gastar menos! Bom, não é?

Aplicativos

Toda ajuda é bem-vinda! E a tecnologia está aí para isso.
Testamos alguns aplicativos e aprovamos. Seguem algumas recomendações que utilizamos no Android:

O HappyCow é um aplicativo para facilitar a vida de quem come fora de casa.

Diga onde está e ele te dirá as opções veganas e/ou vegetarianas próximas a você, com direito a mapa e dados do estabelecimento.

Mas não é só comida que ele oferece. Encontramos indicações de salões de beleza que utilizam produtos veganos, além de lojas de roupas e sapatos.

Vale a pena dar uma conferida.

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Uma coisa que passa a ser comum quando aderimos ao veganismo é a leitura dos rótulos.

É o momento em que descobrimos que existe leite e ovos na composição de itens inimagináveis.

Mas tudo certo, seguimos encontrando alternativas até que esbarramos com aquelas coisas do tipo: antioxidante E223 ou emulsionante E322.

Esse negócio é de origem animal? E óleo de castor?

Pois é… Tem 2 aplicativos que podem ajudar: o ¿Es Vegan? e o Vegan Additives.

O ¿Es Vegan? é bem colorido, diz se é vegano, traz nome, descrição, função e riscos na utilização/consumo.

Ele possui ainda, a funcionalidade de pesquisa por aditivo/número, produtos ou lista de itens duvidosos

Já o Vegan Additives possui um visual mais clean e traz as informações num único bloco te texto: o que é, onde é encontrado e para que serve.

Em ambos é possível pesquisar tanto pelo número quanto pelo nome do componente.