Veganismo – Algumas considerações

O veganismo é a adoção de um estilo de vida que visa a eliminação de todo e qualquer tipo de exploração animal, não ficando restrito a alimentação.

Os adeptos dessa filosofia vivenciam essa escolha no vestuário, na higiene, na cosmética, no entretenimento e em qualquer outro aspecto da vida.

Nessa perspectiva, o direito à vida e os interesses animais são contemplados com o mesmo respeito e consideração com que são observados os interesses humanos, não sendo admitida a desqualificação de nenhuma espécie pelo simples fato de ser diferente.

Fanatizado por uns, execrado por outros, o Veganismo quando abraçado com consciência é um caminho sem volta.

No entanto, vale reforçar que sua base é o amor e o respeito à Vida e, como toda ação que é verdadeiramente baseada em amor e respeito, não comporta violência.

Como toda escolha, o veganismo exige reflexão, consciência, atitude e precisa de base para acontecer e se manter. É reflexo de mudança interna e o interessante é que cada um faça suas próprias descobertas e reflexões.

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Voltando à alimentação, vale considerá-la como o principal fator para a adoção e manutenção do veganismo.

É através dela que uma das maiores mudanças é operada e que alguns dos reflexos mais significativos poderão ser observados, sendo ainda o hábito mais difícil de ser alterado.

Motivada por questões que vão além do prazer em se alimentar, a escolha pelo veganismo fornece a base para a reflexão sobre o que é imposto pela mídia e sobre o que é dito quanto ao que se deve ou não fazer.

A informação, hoje facilmente encontrada, passa a ser analisada e questionada, deixando de ser aceita indiscriminadamente, ao menos por aqueles que desejam exercer o que pode ser chamado de liberdade.

Esse é um caminho de descobertas a ser trilhado diariamente, com consciência e acima de tudo com alegria, pois é opção.

Caso não seja assim, reflita e saiba respeitar o seu momento. Essa é a forma de fornecer as bases para a sua decisão e a veracidade para suas atitudes. Essa é a maneira de tornar possível o respeito pela vida alheia, seja a vida dos animais, seja a vida dos seres humanos que fizeram uma escolha diferente ou que ainda não decidiram escolher.

A Transição para o Veganismo

Salvo alguma exceção, para nós até agora desconhecida, a opção pelo veganismo não é feita de um dia para o outro. Normalmente, essa é uma decisão que surge como resultado de um caminho percorrido, de uma boa dose de reflexão e da disposição verdadeira para mudar.

Frequentemente entendida como uma opção alimentar extremamente saudável, passa a falsa impressão de que jamais se comerá novamente um doce que não seja uma fruta ou um bolinho que seja frito. Essa visão, num primeiro momento, é realmente assustadora e nada atraente…

Na maioria das casas brasileiras quando se pergunta o que vai ser o almoço (ou jantar) o que se quer saber é o que foi preparado além do “arroz com feijão”. É exatamente aí que reside a maior dificuldade de adaptação a uma dieta estritamente vegetariana. Tudo que buscamos é o que colocar como “mistura”, algo que combine com o nosso arroz com feijão de todo dia.

É importante lembrar que comida vegetariana é simplesmente comida sem ingredientes de origem animal, apenas isso. Ou seja, comer um fast food composto de batata frita e refrigerante pode ser considerada uma opção vegetariana e no entanto, nada saudável.

Na ansiedade de efetivar a mudança é comum encontrar cardápios sem variedade e portanto, sem os nutrientes necessários. Repetir arroz com feijão e salada de alface com tomate todos os dias e variar as frutas entre maçã e banana, não mantém a saúde nem o bom humor de ninguém.

Comer é um dos maiores prazeres que se tem na vida e cozinhar pode ser outro. A transição para o veganismo é um período de descoberta de sabores, de texturas e de possibilidades. Pode-se dizer que é um período de descoberta da própria liberdade.

É necessário dar a devida importância para o período de transição. Foram anos com um determinado hábito alimentar, não espere que em dias tudo isso seja transformado… A opção por ingredientes integrais é desejável, mas não obrigatória. É melhor um passo de cada vez.

Ao decidir sobre o que comer, passa-se a pensar à respeito dos alimentos e todo o processo que envolve a alimentação é refinado. Não se come mais “qualquer coisa, de qualquer jeito e em qualquer lugar”. Os detalhes passam a fazer diferença e toda a propaganda em torno desse assunto começa a ser encarada de outra forma, perdendo a força de manipulação em diversos aspectos. Aos poucos as ideias e hábitos vão se reformulando, a cozinha vai se reinventando e o prazer vai ganhando um espaço que antes era desconhecido.

Ao optar por essa forma de alimentação, o prazer de comer é somado ao prazer de colocar em prática as próprias escolhas, de começar a cuidar da saúde, de adotar um estilo de vida mais sustentável e de colaborar ativamente com o bem estar animal. E esses são apenas alguns dos aspectos, existem muitos outros…

À parte essas considerações vale lembrar que a boa alimentação, independente da opção, é exercício de criatividade. Variar é fundamental! E descobrir novos sabores é essencial, ao menos para os que buscam qualidade.

Qualidade de vida, qualidade no prazer.

Dê tempo ao tempo e desfrute um passo de cada vez. Descobrir leva tempo e precisa ser divertido.